Química
Molécula do dia Propano
Entrevista
Francisco Radler de Aquino Neto
1- Como e quando tudo começou?
Com o "O pequeno químico" e o "Sangue do diabo". Brinquedos com experimentos de química, coloridos, misteriosos e, portanto, fascinantes para aquele que tem curiosidade em relação ao mundo que o cerca.
2- Por que fez essa escolha profissional?Desde minha iniciação à "Química", veja resposta anterior, decidi ser químico. E isso perdurou até o vestibular, superando, inclusive as aulas de química do 2o grau (científico à época), uma vez que, infelizmente, o professor não era dos mais interessados em fazer da sua matéria algo que fascinasse adolescentes.Já na faculdade, EQ-UFRJ, decidi migrar para o IQ-UFRJ e mergulhar mais na química propriamente dita e seguir a carreira acadêmica. Como conseqüência de minha IC sob orientação do Prof. Claudio Costa Neto, pude vislumbrar a possibilidade de se trabalhar em química de modo a fazê-la útil, não só do ponto de vista teórico / acadêmico, mas também do ponto de vista prático. Daí minhas escolhas sempre terem sido para trabalhos voltados à solução de problemas concretos da Sociedade (em particular a brasileira, sofrida por estar atrelada a um país subdesenvolvido) e com retorno mais imediato.
3- Quais são suas atividades profissionais atualmente? Gostaria de destacar alguma do passado?O foco é a química analítica orgânica de multicomponentes em matrizes (materiais a serem estudados) complexas. Da forma como evoluiu minha carreira, pude "mudar" de atividades mantendo as mesmas do passado. Isto é, minha evolução não foi serial, mas em paralelo. Tendo começado pela análise de sedimentos orgânicos, migrando para o petróleo, passei a me interessar pela análise de fluidos e tecidos biológicos, o que levou à análise de resíduos de maneira geral. Assim sendo, as atividades cumulativas criaram um conjunto de laboratórios com atividades na química do petróleo, em especial na prospecção geoquímica do petróleo; análise de matéria prima, correntes de processo, produtos, efluentes e rejeitos na indústria química (petroquímica e farmacêutica em especial); farmacologia e toxicologia, com ênfase no controle de dopagem no esporte e na análise de resíduos em alimentos. Ao trabalhar na interface Universidade-Sociedade acaba-se por atuar em áreas polêmicas onde interesses conflitantes precisam de elementos técnico-científicos confiáveis para definir o que seja mais correto. Isso leva a aspectos legais e forenses, onde a "palavra" do pesquisador não é mais suficiente. É preciso ter uma garantia de terceira parte que confira aos resultados da Universidade a confiabilidade necessária, de modo que o envolvimento em Garantia da Qualidade e a necessidade de acreditação dos laboratórios passou a somar-se às demais atividades.
4 - Se pudesse escolher uma descoberta da Química para ter realizado, qual seria?No meu caso o objetivo da carreira sempre foi contribuir para mitigar problemas mais imediatos da Sociedade. Assim sendo, a carreira não objetivava nenhuma grande descoberta. De qualquer modo é óbvio que admiro aqueles que trabalham durante anos focados em um assunto específico, terminando por alcançar uma grande inovação. E dessas as que mais admiro são as voltadas para o conhecimento da química da vida e os benefícios diretos que trazem para a cura de doenças.
5- Alguma sugestão para os novos profissionais e estudantes?Como já faz parte do folclore das citações em que se perdeu o autor, vencer em qualquer carreira, especialmente na química, depende em 95% suor e 5% de capacidade intelectual. A química exige muita experimentação, em geral de longa duração, o que impõe muita dedicação e perseverança para a sua condução. Mas, os resultados são sempre surpreendentes e edificantes. É importante lembrar que tudo o que é concreto é feito de moléculas e que quem cuida das moléculas é a química; e mais, que para lidar com as moléculas é preciso conhecê-las, motivo da Química Analítica. Portanto, trabalhar nessa área permite uma versatilidade de atividades de tal monta que daria para qualquer pessoa encontrar uma que lhe traga satisfação e gratificação, permitindo a dedicação que trará sucesso e realização profissionais.
6- Quais barreiras a Química precisa ultrapassar ou quais perguntas ainda precisam ser respondidas?Quase todas. Se pensarmos que há menos de duas décadas ainda fomos capazes de identificar uma nova forma de carbono (os fulerenos)! Portanto, a ilusão que sabemos muito se desfaz em um momento desses. Isso é a prova de que ainda não sabemos nada. Todo o conhecimento acumulado nem sequer arranha o volume enorme do desconhecido. Para a química transformar-se em verdadeira "Ciência exata" é preciso evoluir para o conhecimento detalhado de todos os sistemas químicos conhecidos, em especial o corpo humano. Após isso, teríamos de descrever matematicamente a todos, para então podermos lidar com os mesmos através de modelos precisos, que finalmente seriam preditivos. Esse sim o grande objetivo da Ciência: a partir do conhecido prever o desconhecido.
ENDEREÇO PROFISSIONAL:
Coordenador do Laboratorio de Apoio ao Desenvolvimento Tecnologico (LADETEC); Laboratorio de Controle de Dopagem (LAB DOP); Laboratorio de Geoquimica Organica Molecular e Ambiental (LAGOA); Laboratorio de Preparacao de Colunas Capilares e Cromatografia (LPCC) Laboratorio de Calibracao (LAB CAL); Laboratório de Análise de Resíduos (LAB RES) do Instituto de Quimica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ/UFRJ).
Avenida Athos da Silveira Ramos, 149, Centro de Tecnologia (CT), bloco A, sala 607. 21941-909, Ilha do Fundão, Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fone/FAX 55 (21) 2260-3967, 2562-7134, 2562-7489.
[email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. http://www.iq.ufrj.br/ladetec
Nascido em 31/12/1948, natural do Rio de Janeiro, Químico, Professor titular do DQO-IQ-UFRJ, pesquisador 1A do CNPq, pós-doutor nas Universidades Louis Pasteur, França e Cambridge, Inglaterra, professor visitante do Centro de bioquímica estrutural da UMBC, Baltimore, EEUU, teve sua vida acadêmica desde o seu início em 1967, associada às técnicas cromatográficas e espectrometria de massas. Dedicou-se ao aprofundamento dessas técnicas para a solução de problemas brasileiros, bem como sua disseminação pela comunidade técnico-científica, através da formação de mais de 300 técnicos e pesquisadores, com mais de 250 publicações, ministrando regularmente inúmeros cursos e palestras. O reconhecimento da comunidade científica a esse trabalho resultou, entre outros, na concessão da medalha Simão Mathias pela SBQ, bolsa Cientista do nosso estado pela FAPERJ, filiação como membro titular da Academia Brasileira de Ciências, participação como editor e revisor para diversos periódicos científicos e consultor de empresas e órgãos governamentais e de pesquisa nas áreas de sua especialidade: cromatografia, espectrometria de massas, geoquímica orgânica molecular, controle de dopagem, química de produtos naturais, ambiental, forense, toxicológica e clínica, caracterização e remediação de resíduos e efluentes. Coordena laboratórios acreditados pelo Inmetro na norma ISO-17025, pela Agência Mundial Anti-dopagem, e vários órgãos governamentais.
O propano é usado como comburente/combustível, sendo chamado de gás liquefeito de petróleo (GLP). Esse gás é uma mistura de propano com pequenas quantidades de outros alcanos mais etanotiol (odorizante que permite a identificação de vazamentos). Ele é usado como comburente para fogões e combustível em motores de automóveis.
Outro uso do propano é como propulsor para sprays aerossóis, especialmente após o banimento dos CFC's.
O propano é utilizado na mistura denominada MGR (mixed gás refrigerant), que é fundamental para liquefação do gás natural (GNL) em processos industriais, onde a refrigeração necessária é obtida pela válvula Joule-Thomson.
Molécula do DIA
Propano
O propano é um alcano com três carbonos. É muitas vezes derivado de produtos do petróleo, durante processamento de óleo ou do gás natural.
O propano é usado como comburente/combustível, sendo chamado de gás liquefeito de petróleo (GLP). Esse gás é uma mistura de propano com pequenas quantidades de outros alcanos mais etanotiol (odorizante que permite a identificação de vazamentos). Ele é usado como comburente para fogões e combustível em motores de automóveis.
Outro uso do propano é como propulsor para sprays aerossóis, especialmente após o banimento dos CFC's.
O propano é utilizado na mistura denominada MGR (mixed gás refrigerant), que é fundamental para liquefação do gás natural (GNL) em processos industriais, onde a refrigeração necessária é obtida pela válvula Joule-Thomson.
Matéria extraída do endereço: http://www.quimica2011.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=57:365-dias-todos&catid=35:365dias&Itemid=55 Acesso em 18/01/2011.
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